Saudações!
Nesta caminhada de estudos do Violão 7 cordas tenho procurado adaptar conceitos, esquemas e metodologias que me foram úteis no aprendizado do violão tradicional a fim de transpor de maneira mais consistente o pensamento lógico sobre o instrumento. O estudo de peças escritas, geralmente do repertório chamado “clássico” , me conduz a pensamentos e descobertas que nem sempre são compreendidos quando estudamos uma música de cunho popular, onde o ouvido e a criatividade (improvisação por exemplo) se tornam o foco. E não vejamos aqui, qualquer comparação entre os gêneros e estilos musicais e suas escolas.
Ao ler uma partitura, estou dando ênfase a outros canais de percepção em meu cérebro. Penso que a leitura de partitura nos remete à coisa da Matemática. É como ler e interpretar gráficos. As vozes e o ritmo gravitam sobre uma relação de proporções de valores. Além do raciocínio que exige do violonista com relação à DIGITAÇÃO, quando temos que escolher entre várias opções de posicionamento da mão esquerda sobre o braço do instrumento, por exemplo.
Assim, dedico uma parte do meu tempo no estudo do 7 cordas para ler partituras de violão solo. O que busco é me adaptar às notas novas na partitura (Eb ao B) e a digitações diversas, ampliando meus “desenhos” de acordes, relações intervalares e inversões harmônicas.
Assim, dedico uma parte do meu tempo no estudo do 7 cordas para ler partituras de violão solo. O que busco é me adaptar às notas novas na partitura (Eb ao B) e a digitações diversas, ampliando meus “desenhos” de acordes, relações intervalares e inversões harmônicas.
Estudo é uma peça musical cuja finalidade é explorar uma dificuldade técnica própria do instrumento para o qual foi composto. Gosto muito dos estudos de Matteo Carcassi (1792-1853), mais precisamente do Opus 60 (25 Estudos Progressivos) pela clareza no foco técnico e ao mesmo tempo pelo efeito musical que esta obra apresenta.
Nesta postagem apresento o Estudo nº2 arranjado para violão de 7 cordas. Peça simples, que tem como motivo arpejos harmônicos em um ritmo que não varia ao longo de toda a peça. Assim, apesar dos dedos da mão esquerda ficarem praticamente parados a cada tempo de semínima, restando à mão direita executar o arpejo, esse estudo privilegia as inversões de acordes ao longo do braço do instrumento, abertura dos dedos da mão esquerda e mudanças de alinhamento na mão direita, alternando as cordas a serem tocadas de acordo com cada acorde.
No caso da transcrição apresentada, esta é voltada para execução em violão de 7 cordas de náilon, com a sétima corda afinada em LA. Essa informação é determinante para a obtenção dos objetivos previstos neste estudo.
Ao sugerir o Estudo nº2 (opus 60) de Matteo Carcassi, apresento uma possibilidade de estudar o violão de sete cordas com uma peça de fácil execução, de boa qualidade técnica e boa musicalidade.
Uma boa dica para quem gosta de análises de peças para violão é o site www.alvarohenrique.com do violonista e professor Álvaro Henrique, com certeza é garantia de aprendizado. Outra dica é a dissertação de mestrado de Marcelo Teixeira da Universidade Federal do Paraná que traz informações interessantes acerca de transcrições de peças de Bach para violão de 7 cordas (O processo de transcrição para violão de sete cordas dos movimentos opcionais das Suítes para violoncelo de Bach).
Grande abraço!