TRANSIÇÃO

Saudações!

UMA CORDA A MAIS…

                         
Costumo pegar meus alunos de surpresa, e lhes dou um violão de sete cordas para que eles toquem, sem avisar. Ato distraído que provoca diversas reações. Alguns alunos demoram a perceber a corda a mais e na maioria das vezes fazem os acordes uma corda acima (como se o sol do baixo do acorde de G fosse na sétima corda). Outros percebem a corda a mais, geralmente pela diferença do som esperado e passam a tentar tocar o instrumento como se houvessem as 6 cordas tradicionais, procurando não esbarrar na sétima. 
Desde que resolvi “encarar” o violão de sete cordas me interesso pelas questões que envolvem a transição entre este instrumento e o tradicional (vou chamar o de 6 cordas assim, de tradicional). Eu praticamente não conhecia nenhum violonista de 7 cordas pessoalmente. E minha curiosidade envolvia saber se outros 7 cordas também tiveram dificuldade, quais foram e como foram solucionadas. Não tinha muitas fontes de pesquisa além dos discos.  Mas esse quadro vem mudando e já existe hoje uma considerável quantidade de reportagens, materiais didáticos, dissertações, partituras, aulas virtuais e vídeos surgindo a cada dia, o que era raro até bem pouco tempo atrás.
É uma questão de tempo até que se consiga tocar todo o repertório que era tocado no tradicional sem esbarrar na sétima, ou confundir visualmente atacando a sétima como se fosse a sexta. O violão é um instrumento bastante visual, gráfico. É muito comum encontrar instrumentistas que desenvolvem sua memória através das referencias visuais entre localização e a posição fixa. A sétima corda provoca uma ligeira confusão visual que desaparece com o tempo. Uns instrumentistas revelam ter levado meses para passarem a se sentir confortáveis com o violão de 7 cordas. Outros dizem que rapidamente a sétima corda já estava incorporada à sua maneira de pensar.
Lembro de me interessar pelo violão de 7 cordas desde muito novo, durante meu curso de graduação, mas temia que o estudo de um atrapalhasse o outro. Naquela época, a carência de materiais relacionados ao 7 cordas  adiaram minha decisão.
O violão carrega em sua história uma grande quantidade de transformações. As variações de número de cordas e afinações da Vihuela, Teorba, Alaúde, Chitarra e demais ancestrais do violão nos aponta que o caminho deste instrumento é totalmente imerso em transposições, arranjos e readaptações (acústicas e técnicas). Não é raro no estudo do violão de concerto, que precisemos afinar a corda MI em RE, ou a corda SOL em FA# (esta última, principalmente no repertório renascentista). O estudo deste repertório me abriu as portas para a ideia de alterações no violão, seja buscando novas formas de afinação, seja, finalmente, na utilização de corda(s) extra(s). 
A transição vai se dando em um conjunto de mudanças entre maneira de tocar, como o uso da dedeira, ou a escolha entre cordas de náilon ou de aço; e de pensar, nas construções de frases, inversões de acordes, digitações, etc.
ALAÚDE
É chamado alaúde  o instrumento cordofone de braço (local onde repousa a mão que pressiona as cordas) curto, utilizado para solo, bastante popular na música do período do Renascimento na Europa. Sua importância na música renascentista é bastante enfatizado em pinturas, gravuras e descrições de época. Além disso, o alaúde é ancestral direto de boa parte dos instrumentos de corda surgidos na Europa em épocas posteriores.
O instrumento foi criado certamente tendo em mente os instrumentos trazidos pelos árabes à Península Ibérica, pois estes, além de exercerem o domínio político nesta região, logo influenciaram também culturalmente não só os territórios sob seu domínio, mas boa parte da Europa. .
 Na metade do século XV, o alaúde já contava com cinco pares de cordas, e no XVI, mais um par era adicionado, chegando ao fim do século XVI ao número de 20 cordas, organizadas em 10 pares. Além disso, a técnica mudava, sendo agora o instrumento dedilhado, abandonando-se a palheta ou plectrum. Já nessa época, era o instrumento de maior popularidade entre os músicos, sendo a primeira escolha para acompanhamento vocal e música de câmara.
Durante o período barroco o desenvolvimento do alaúde que até então possuía uma forma unificada de construção e afinação por toda a Europa começa a metamorfosear-se, e o alaúde vai dando origem a outros instrumentos de cordas, como por exemplo, a vihuela, na Espanha, que mais tarde, vai dar origem à guitarra (violão). 
No século XVII, a prática do alaúde está centrada na Alemanha, na região da Silésia, onde o instrumento recebe ainda mais cordas, chegando a 13 pares. É a este tipo de alaúde que Johann Sebastian Bach dedicou várias peças.

TEORBA

A teorba é um instrumento de cordas – uma espécie de predecessor do alaúde, ou seja, o grande alaúde, criado na Itália, no fim do século XVI. No século XVII, a evolução da teorba seguiu dois caminhos:
a teorba romana, ainda chamada de chitarrone;
a teorba de Pádua.
A teorba era utilizada igualmente como baixo contínuo e como instrumento solista. Ela servia também para o acompanhamento do canto.
No século XVIII, na França, era utilizada sobretudo a teorba de acompanhamento, instrumento muito imponente. As teorbas desapareceram no decorrer do século XVIII.

VIHUELA

A vihuela é um instrumento de cordas com formato parecido com a guitarra. Seu fundo é plano e conta com seis ou sete ordens de cordas que se acredita que afinavam em uníssono. As cordas eram de tripa, sendo as mais graves banhadas entornadas de prata. Seu tamanho era variável, as mais pequenas afinadas em Lá e Sol (em referencia a primeira corda) e as maiores em Fá, Mi e Re.

Geralmente é aceito que a primeira corda era simples, se bem que há vihuelistas que usam duas primeiras. Alguns contavam com uma só roseta central e outras até cinco, de madeira talhada ou de pergaminho e era freqüente a decoração da tampa com incrustações de chapa de madeira formando as características figuras geométricas que conferiam uma estética muito especial ao instrumento. Os trastes eram iguais aos de todos os instrumentos de cordas da época: eram móveis, de tripa enrolada ao redor do braço, a principio em número de nove ou dez e mais adiante até doze.

CHITARRA ITALIANA
A Chitarra italiana é um instrumento musical, da renascença italiana, com um formato semelhante ao de um alaúde. É composto por quatro ou cinco cordas, por vezes duplas.

Fonte:
 http://pt.wikipedia.org
http://www.infoescola.com/musica/alaude/

Uma resposta

  1. Boa Tarde, me chamo Luiz Renato, sou de Viamão RS e estudo o 7 cordas. Comprei um e reformei, mas não sei a marca e olhando a foto do teu blog notei que a roseta desse violão é igual a minha. Poderias me dizer que marca é?
    Desde já agradeço.

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